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Danusa Crislei, Colégio Integrado


Danusa Crislei, Professora de Língua Portuguesa, Colégio Integrado, Goiânia, GO

Depoimento de uma professora que ressignificou sua profissão.

Coordenadora pedagógica por dezoito anos, professora de Língua Portuguesa trabalhando em duas das mais conceituadas escolas da rede privada e também na educação pública há mais de vinte anos, pude compartilhar um constante sentimento de impotência das famílias “Não sabemos mais o que fazer, já tentamos de tudo”; e de desespero dos profissionais da educação “Está cada dia pior, tem que aplicar suspensão ou transferência.” Enfim, nesse cenário que gritava por socorro, fui convidada a participar de uma formação.

De início, ao conhecer a proposta apresentada pelos formadores da Convivere Mais, eu e grande parte da equipe fomos resistentes. Pensávamos até que, quando o projeto fosse colocado em prática, correríamos o risco de perder alunos. Felizmente, tivemos um ano de muito estudo, lembro-me de que sempre questionava aos formadores “Já experienciaram o que estão propondo? Onde? Quando?”. Enfim, hoje percebo que os questionava, pois a princípio, era mais fácil fazê-lo do que questionar a mim mesma sobre a minha prática e os resultados que alcançava repetindo o tradicional modelo pedagógico dos meus professores que também reproduziam o modelo dos professores deles, ou seja, um padrão que não funciona com os alunos de um mundo transformado e em transformação, em que adoece o docente e o discente e, o mais lamentável, que impede a formação de indivíduos independentes, capazes de decidirem conscientemente, com ética, e a favor de um bem comum.

Diferente, bem diferente, entrando no segundo ano de formação, eu já não era a mesma professora, nem a mesma mãe, filha, esposa ou ser humano, uma vez que a educação moral, conforme afirma Pedro Goergen, desperta em nós a sensibilidade para as formas mais dignas, justas, belas e felizes de se viver, de modo que passamos também a despertar em nossos alunos sensibilidades semelhantes. Meus olhos brilham por aprender novas formas de me relacionar com meus alunos, por voltar a acreditar que a escola, se não resolve os inúmeros problemas sociais, pode dar uma grande e importante contribuição.

Assim, o que para mim um dia começou como um “blá-blá-blá” de estudiosos que não sabem o que é enfrentar a rotina de uma sala de aula, mostrou-me que não adianta insistir numa prática ultrapassada que todos percebem não funcionar mais na escola, nem contribuir com a sociedade e ainda que não basta boa intenção, é necessário estudar continuamente. Isso, além de possibilitar que eu participasse de um trabalho que hoje, após apenas três anos de formação, colhe frutos de uma convivência cada vez mais ética nos relacionamentos dos alunos e dos professores. E nesse caminhar, que também apresenta seus desafios, ressignifiquei minha profissão, o meu fazer, logo, a minha vida.

Danusa Crislei

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